TEXTO I
Esta preocupação dos trovadores ibéricos em tentar alcançar o ponto de vista feminino é significativa para o nosso rastreamento da pluralidade interna ao cancioneiro galego-português. A diversidade como que se estende aqui também para o universo feminino. Alguns autores, talvez exagerando o aspecto misógino da sociedade medieval, freqüentemente objetam que neste caso estamos longe de um ponto de vista autenticamente feminino, já que o que se tem são homens que procuram expressar os sentimentos que eles mesmos acreditam que as mulheres teriam. O ponto de vista da mulher estaria, assim, bastante comprometido.
BARROS, J.D. A antropofagia trovadoresca: o trovadorismo galêgo-português nos séculos XIII e XIV e sua assimilação de influências externas e internas à Península Ibérica. Rev. Letras, n.28, v.1/2, 2006.
TEXTO II
O subalterno não pode falar. Não há valor algum atribuído à ‘mulher’ como um item respeitoso nas listas de prioridades globais. A representação não definhou. A mulher intelectual como uma intelectual tem uma tarefa circunscrita que ela não deve rejeitar como um floreio.
SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, 2010.
A prerrogativa que é sustentada nos dois textos admite a(o):