“Nada existe.” É dessa forma que começa o Tratado do não-ente, de Górgias. Com isso, ele não quer dizer que as coisas vistas no mundo sensível são falsas ou fruto de uma ilusão. Antes, essa expressão significa que não existe nada em essência. As coisas não têm uma essência perene, eterna, que pudesse ser determinada. Finalmente, “mesmo que algo possa ser apreendido, é incomunicável ao outro”, enfatiza Górgias, pois o meio pelo qual falamos é a palavra, e a palavra não é o mesmo que os subsistentes e os entes. “Logo, não são os entes indicados ao outro, mas a palavra, que é diferente dos subsistentes.”
CASTRO, R. Platão contra os sofistas. CEMOrOc-Feusp, IJI - Universidade do Porto, FIAMFAAM, Convenit Internacional, 2013.
A técnica sofista está descrita no texto a partir de sua principal característica, qual seja a(o)