O Ateneu
À hora da ceia, na mesma porta em que se lia a gazetilha das aulas, entrou o diretor.
“Tenho a alma triste. Senhores! A imoralidade entrou nesta casa! Recusei-me a dar crédito, rendi-me à evidência...”. Com todo o vigor tenebroso dos quadros trágicos, historiou-nos uma aventura brejeira. Uma carta cômica e um encontro marcado no Jardim. “Ah! mas nada me escapa... tenho cem olhos. Se são capazes iludam-me! Está em meu poder um papel, monstruoso corpo de delito! Assinado por um nome de mulher! Há mulheres no Ateneu, meus senhores!”
Era uma carta do Cândido, assinada Cândida.
“Esta mulher, esta cortesã fala-nos da segurança do lugar, do sossego do bosque, da solidão a dois... um poema de pouca-vergonha! É muito grave o que tenho a fazer.”
POMPÉIA, R. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 4 ago. 2021 (adaptado).
O fragmento apresenta o ponto de vista do diretor do colégio interno sobre o conteúdo do poema. Nesse trecho da obra de Raul Pompéia, atribui-se ao diretor uma postura de