Na primeira etapa desse processo, prevaleceram a dizimação proposital de parcelas da população agredida e a deculturação dos contingentes avassalados. Na segunda etapa, tem lugar certa criatividade cultural que permite plasmar, com elementos tomados da cultura dominadora e da subjugada, um corpo de compreensões comuns, indispensável para possibilitar o convívio e orientar o trabalho. Tal se dá através da criação de protocélulas étnicas que combinam fragmentos dos dois patrimônios dentro do enquadramento de dominação. Numa terceira etapa, estas células passam a atuar aculturativamente sobre o seu contexto humano de pessoas desgarradas de suas sociedades originais, atingindo tanto os indivíduos da população nativa, quanto os contingentes transladados como escravos e, ainda, aos próprios agentes de dominação e aos descendentes de todos eles.
RIBERO, Darcy. As Américas e a Civilização: Formação histórica e causas do desenvolvimento desigual dos povos americanos. Petrópolis: Vozes, 1983.
A formação da identidade americana está baseada na seguinte característica: