Questão 35

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    Alguns meses após o início da pandemia e das medidas de isolamento social, a defensora pública Odyle Serejo, de Natal (RN), percebeu algo de diferente no jeito de falar da sua filha mais velha. Anita, de 6 anos, passou a usar expressões que destoavam do vocabulário usado pela família e pela população do Rio Grande do Norte em geral.

    Odyle credita parte dessa mudança ao YouTube, cada vez mais presente no dia a dia de Anita no período de distanciamento ocasionado pela covid-19.

    Essa percepção não é restrita à família potiguar. Uma busca nas redes sociais leva a posts de pais relatando um suposto "sotaque do YouTube" em seus filhos.

    "Meu filho de 5 anos passou a falar como alguém do interior de São Paulo. Só pode ter aprendido no YouTube. Foi muito engraçado quando percebi", relata a arquiteta Elisa*, do Rio de Janeiro, sobre o comportamento do filho Bruno*.

    Para Abdelhak Razky, com doutorado em linguística, os pais muitas vezes esquecem que a língua não é algo fixo, estático — nem a nossa forma de falar: "Há uma mudança em curso no Brasil e no mundo sobre a fala que circula entre adultos e crianças, então podemos imaginar que o vocabulário muda e pode perder alguns traços dialetais nas crianças por vários motivos. As redes sociais podem ser um dos fatores que aceleram essa mudança", diz. 

TAVARES, V. O YouTube influencia o jeito de falar da minha filha. BBC, 13 de abr. de 2021.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-56697071. Acesso em: 29 mai. 2021.

A matéria descreve as alterações linguísticas existentes. A partir dessas ideias, é evidenciado que