"Com Zeca Chapéu Grande me embrenhava pela mata nos caminhos de ida e de volta, e aprendia sobre as ervas e raízes. Aprendia sobre as nuvens, quando haveria ou não chuva, sobre as mudanças secretas que o céu e a terra viviam. Aprendia que tudo estava em movimento — bem diferente das coisas sem vida que a professora mostrava em suas aulas. Meu pai olhava para mim e dizia: 'O vento não sopra, ele é a própria viração', e tudo aquilo fazia sentido. 'Se o ar não se movimenta, não tem vento, se a gente não se movimenta, não tem vida', ele tentava me ensinar. Atento ao movimento dos animais, dos insetos, das plantas, alumbrava meu horizonte quando me fazia sentir no corpo as lições que a natureza havia lhe dado."
VIEIRA JUNIOR, Itamar. Torto arado. São Paulo: Todavia, 2019, p. 99.
O trecho literário citado acima faz menção à condição científica