<p></p><div style="text-align: justify;">Inverno! Inverno! Inverno!</div><div style="text-align: justify;">Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos sempre, desesperadamente, para lá do horizonte, perpétua solidão inóspita, onde passa uivando como uma legião de lobo, através da cidade de catedrais e túmulos de cristal na planície, fantasmas que a migrarem povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade, solidão, desespero e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o frio inverno da vida.</div><div style="text-align: justify;">Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos lugares onde a natureza dorme por meses, à espera do sol avaro que não vem.</div><p></p><p style="text-align: right; "><span style="font-size: 0.8em;">POMPEIA, R. <b>Canções sem metro. </b>Campinas: Unicamp, 2013.</span><br></p><p>Reconhecido por linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que se observa a<br></p>

Questão 36 de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias da prova ENEM/2019

Questão 02

Inverno! Inverno! Inverno!Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos sempre, desesperadamente, para lá d

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