<p style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;">A questão toma por base uma crônica de Luís Fernando Veríssimo.</div><strong><div style="text-align: center;"><strong><em>A invasão</em></strong></div></strong></p>
<p style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><em>A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira&nbsp;como as pessoas, hoje, encaram o computador. Resiste-se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como&nbsp;uma forma de ser fiel ao livro e à palavra impressa. Mas&nbsp;o computador não eliminará o papel. Ao contrário do que&nbsp;se pensava há alguns anos, o computador não salvará as&nbsp;florestas. Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e&nbsp;não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada&nbsp;no mercado corresponde um manual de instrução, sem&nbsp;falar numa embalagem de papelão e num embrulho para&nbsp;presente. O computador estimula as pessoas a escreverem&nbsp;e imprimirem o que escrevem. Como hoje qualquer&nbsp;um pode ser seu próprio editor, paginador e ilustrador sem&nbsp;largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel&nbsp;é quase irresistível.&nbsp;</em></div><em>Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo,&nbsp;o que não tem nada a ver com conteúdo ou conveniência.&nbsp;Até que lancem computadores com cheiro sintetizado,&nbsp;nada substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas&nbsp;categorias inimitáveis, livro novo e livro velho. E nenhuma&nbsp;coleção de gravações ornamentará uma sala com o calor&nbsp;e a dignidade de uma estante de livros. A tudo que falta&nbsp;ao admirável mundo da informática, da cibernética, do virtual&nbsp;e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada.&nbsp;No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores.</em></p>
<p style="text-align: right;"><em><span style="font-size: 0.8em;">(O Estado de S.Paulo, 31.05.2015.)</span></em></p><span style="font-size: 0.8em;">
</span><p style="text-align: justify;">Em “falta lombada” (2<sup>o</sup> parágrafo), o cronista se utiliza,&nbsp;estilisticamente, de uma figura de linguagem que</p>

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A questão toma por base uma crônica de Luís Fernando Veríssimo.A invasão
A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o compu

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