Para responder as quest&otilde;es 01 e 02, leia o seguinte di&aacute;logo entre os personagens Simei e Colonna, no romance N&uacute;mero Zero, de Umberto Eco: &ndash; Colonna, exemplifique para os nossos amigos como &eacute; que se pode seguir, ou dar mostras de seguir, um princ&iacute;pio fundamental do jornalismo democr&aacute;tico: fatos separados de opini&otilde;es. Opini&otilde;es no Amanh&atilde; [nome do jornal] haver&aacute; in&uacute;meras, e evidenciadas como tais, mas como &eacute; que se demonstra que em outros artigos s&atilde;o citados apenas fatos? &ndash; Muito simples &ndash; disse eu. &ndash; Observem os grandes jornais de l&iacute;ngua inglesa. Quando falam, sei l&aacute;, de um inc&ecirc;ndio ou de um acidente de carro, evidentemente n&atilde;o podem dizer o que acham daquilo. Ent&atilde;o inserem no artigo, entre aspas, as declara&ccedil;&otilde;es de uma testemunha, um homem comum, um representante da opini&atilde;o p&uacute;blica. Pondo-se aspas, essas afirma&ccedil;&otilde;es se tornam fatos, ou seja, &eacute; um fato que aquele sujeito tenha expressado tal opini&atilde;o. Mas seria poss&iacute;vel supor que o jornalista tivesse dado a palavra somente a quem pensasse como ele. Portanto, haver&aacute; duas declara&ccedil;&otilde;es discordantes entre si, para mostrar que &eacute; fato que h&aacute; opini&otilde;es diferentes sobre um caso, e o jornal exp&otilde;e esse fato irretorqu&iacute;vel. A esperteza est&aacute; em p&ocirc;r antes entre aspas uma opini&atilde;o banal e depois outra opini&atilde;o, mais racional, que se assemelhe muito &agrave; opini&atilde;o do jornalista. Assim o leitor tem a impress&atilde;o de estar sendo informado de dois fatos, mas &eacute; induzido a aceitar uma &uacute;nica opini&atilde;o como a mais convincente. Vamos ver um exemplo. Um viaduto desmoronou, um caminh&atilde;o caiu e o motorista morreu. O texto, depois de relatar rigorosamente o fato, dir&aacute;: Ouvimos o senhor Rossi, 42 anos, que tem uma banca de jornal na esquina. Fazer o qu&ecirc;, foi uma fatalidade, disse ele, sinto pena desse coitado, mas destino &eacute; destino. Logo depois um senhor Bianchi, 34 anos, pedreiro que estava trabalhando numa obra ao lado, dir&aacute;: &Eacute; culpa da prefeitura, que esse viaduto estava com problemas eu j&aacute; sabia h&aacute; muito tempo. Com quem o leitor se identificar&aacute;? Com quem culpa algu&eacute;m ou alguma coisa, com quem aponta responsabilidade. Est&aacute; claro? O problema &eacute; no qu&ecirc; e como p&ocirc;r aspas. ECO, Umberto. N&uacute;mero Zero. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 55-6. &nbsp; 01 - Segundo o texto, s&atilde;o estrat&eacute;gias utilizadas pelos jornais ao fazer cita&ccedil;&otilde;es: 1. Escolher criteriosamente as cita&ccedil;&otilde;es das testemunhas para contemplar pontos de vista divergentes sobre um mesmo fato. 2. Salientar os pontos de vista que mais interessam ao jornalista. 3. Redigir as not&iacute;cias de tal forma que as opini&otilde;es sejam apresentadas como fatos. 4. Citar em primeiro lugar as palavras da testemunha que faz uma an&aacute;lise mais racional dos acontecimentos. Est&atilde;o de acordo com o texto as estrat&eacute;gias:

Questão x1 de Linguagens da prova UFPR/2016

Questão 01

Para responder as questões 01 e 02, leia o seguinte diálogo entre os personagens Simei e Colonna, no romance Número Zero, de Umberto Eco:  – Colonna, exemplifiqu

Questão 01

Questão x1 de Linguagens da prova UFPR/2016

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