Leia abaixo o diálogo entre Severino e Mestre Carpina, retirado de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.
- - Seu José, mestre carpina,
- que lhe pergunte permita:
- há muito no lamaçal
- apodrece a sua vida?
- e a vida que tem vivido
- foi sempre comprada à vista?
- - Severino, retirante,
- sou de Nazaré da Mata,
- mas tanto lá como aqui
- jamais me fiaram nada:
- a vida de cada dia
- cada dia hei de comprá-la.
- - Seu José, mestre carpina,
- e que interesse, me diga,
- há nessa vida a retalho
- que é cada dia adquirida?
- espera poder um dia
- comprá-la em grandes partidas?
- - Severino, retirante,
- não sei bem o que lhe diga:
- não é que espere comprar
- em grosso tais partidas,
- mas o que compro a retalho
- é, de qualquer forma, vida.
- - Seu José, mestre carpina,
- que diferença faria
- se em vez de continuar
- tomasse a melhor saída:
- a de saltar, numa noite,
- fora da ponte e da vida?
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.
( ) Severino, retirante chegado ao Recife, questiona a vida miserável de Mestre Carpina.
( ) Mestre Carpina defende a necessidade de viver mesmo que em condição precária.
( ) Mestre Carpina nega-se a ouvir os infundados questionamentos de Severino.
( ) Severino, em sua última interrogação, aponta uma hesitação entre viver e morrer.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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