Questão 23

Questão 25 de Português da prova UFRGS/2017

Avaliação:


1. Muita gente que ouve a expressão ―políticas

2. linguísticas‖ pela primeira vez pensa em algo

3. solene, formal, oficial, em leis e portarias, em

4. autoridades oficiais, e pode ficar se

5. perguntando o que seriam leis sobre línguas.

6. De fato, há leis sobre línguas, mas as políticas

7. linguísticas também podem ser menos formais

8. – e nem passar por leis propriamente ditas.

9. Em quase todos os casos, figuram no

10. cotidiano, pois envolvem não só a gestão da

11. linguagem, mas também as práticas de

12. linguagem, e as crenças e valores que

13. circulam a respeito delas. Tome, por exemplo,

14. a situação do cidadão das classes confortáveis

15. brasileiras, que quer que a escola ensine a

16. norma culta da língua portuguesa. Ele folga

17. em saber que se vai exigir isso dos candidatos

18. às vagas para o ensino superior, mas nem

19. sempre observa ou exige o mesmo padrão

20. culto, por exemplo, na ata de condomínio,

21. que ele aprova como está, desapegada da

22. ortografia e das regras de concordância

23. verbais e nominais preconizadas pela

24. gramática normativa. Ele acha ótimo que a

25. escola dos filhos faça baterias de exercícios

26. para fixar as normas ortográficas, mas pouco

27. se incomoda com os problemas de redação

28. nos enunciados das tarefas dirigidas às

29. crianças ou nos textos de comunicação da

30. escola dirigidos à comunidade escolar. Essas

31. são políticas linguísticas. Afinal, onde há

32. gente, há grupos de pessoas que falam

33. línguas. Em cada um desses grupos, há

34. decisões, tácitas ou explícitas, sobre como

35. proceder, sobre o que é aceitável ou não, e

36. por aí afora. Vamos chamar essas escolhas –

37. assim como as discussões que levam até elas

38. e as ações que delas resultam – de políticas.

39. Esses grupos, pequenos ou grandes, de

40. pessoas tratam com outros grupos, que por

41. sua vez usam línguas e têm as suas políticas

42. internas. Vivendo imersos em linguagem e

43. tendo constantemente que lidar com outros

44. indivíduos e outros grupos mediante o uso da

45. linguagem, não surpreende que os recursos

46. de linguagem lá pelas tantas se tornem, eles

47. próprios, tema de política e objetos de

48. políticas explícitas. Como esses recursos

49. podem ou devem se apresentar? Que funções

50. eles podem ou devem ter? Quem pode ou

51. deve ter acesso a eles? Muito do que

52. fazemos, portanto, diz respeito às políticas

53. linguísticas.

Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L.

Do que tratam as políticas linguísticas.

ReVEL, v. 14, n. 26, 2016.

Considere as possibilidades de reescrita
apresentadas abaixo para a seguinte
passagem do texto.
Afinal, onde há gente, há grupos de
pessoas que falam línguas. Em cada um
desses grupos, há decisões, tácitas ou
explícitas, sobre como proceder, sobre o
que é aceitável ou não, e por aí afora.
Vamos chamar essas escolhas – assim
como as discussões que levam até elas e
as ações que delas resultam – de
políticas. (l. 31-38)
I - Afinal, onde há gente, há grupos de
pessoas que falam línguas, e em cada um
desses grupos há decisões – tácitas ou
explícitas – sobre como proceder, sobre o
que é aceitável ou não, etc. Vamos
chamar de políticas essas escolhas, assim
como as discussões que levam até elas e
as ações que delas resultam.
II - Vamos chamar as discussões que levam
às escolhas feitas por cada um dos
grupos de pessoas que falam línguas,
bem como as ações que resultam dessas
discussões, as decisões, tácitas ou
explícitas, sobre como proceder, sobre o
que é aceitável ou não, de políticas.
Afinal, onde há gente, há grupos de
pessoas que falam línguas.
III- Vamos chamar de políticas as decisões,
tácitas ou explícitas, de grupos de línguas
faladas por pessoas. Afinal, onde há
gente, há escolhas sobre como proceder,
sobre o que é aceitável ou não, e por aí
afora, assim como as discussões que
levam até elas e as ações delas resultantes.
Quais estão corretas e preservam o sentido
do trecho original?


Cronograma