A proposta de criação de empresas estatais em áreas consideradas estratégicas, como a prospecção e exploração de petróleo e a produção de eletricidade, significava, porém, entrar em rota de choque com interesses fortemente consolidados e que favoreciam a participação de grupos estrangeiros, como a Standard Oil, no caso do petróleo. Com seus erros e acertos, o governo de Vargas pôs em cena, pela primeira vez, de forma nítida, o embate entre projetos distintos de modernização do país - o seu, de teor nacionalista, e o de seus opositores, de teor liberal. Esses projetos entendiam de maneira oposta as funções do Estado, apresentavam leituras diferentes da realidade, e em torno deles toda a sociedade brasileira iria se dividir no decorrer das décadas seguintes.