TEXTO I
cidades para que(m)?
Políticas de "higienização social" não combinam com esta gestão
É comum que o poder público confunda, de maneira preconceituosa, "crime, lixo e moradores de rua", como se fosse tudo um problema só. A limpeza pública rapidamente serve de disfarce para uma política de "higienização social". Há muitos anos, me envolvi em polêmica pelos jornais, com o então prefeito Serra, justamente em razão da criação de bancos e rampas anti-mendigos. Uma sociedade que "produz" moradores de rua como a nossa deve, em primeiro lugar, assumir a responsabilidade pelo fato de ser tão injusta, e o primeiro passo para isso, é ter a grandeza de implementar políticas de atendimento e reinserção social, e não reproduzir práticas de intolerância.
Barracas nas ruas, colchões sobre as calçadas, fogueirinhas para refeições e moradias provisórias. Nada disso mais é admitido nas ruas da Mooca e do Brás, na zona leste de São Paulo, onde as autoridades declararam "tolerância zero" a crime, lixo e moradores de rua. O termo foi escolhido pelo capitão Aldrin Córpas, da Polícia Militar, para as operações que passou a fazer em apoio aos trabalhos de limpeza urbana da Subprefeitura da Mooca. Ele ainda postou fotos do "tolerância zero da Mooca" no Facebook, pedindo apoio da população.
Eliana Andressa, de 37 anos, é uma das moradoras dos arredores do Viaduto Bresser que perdeu documentos nas abordagens municipais. Ela chegou a São Paulo faz três meses, vinda de Dois Córregos, no interior do Estado. "Eles disseram que era para recolher meus objetos pessoais. Corri, mas não deu tempo de pegar a minha bolsa com meus documentos. Agora, preciso retirar os documentos para ir embora para casa", disse.
Fonte: https://cidadesparaquem.org/
TEXTO II
De 0,6% a 1%, essa é a porcentagem da população morando nas ruas do país segundo dados do censo do IBGE.
O jornalista e escritor Tomás Chiaverini, de 28 anos, viveu em meio aos moradores de rua, se disfarçando como um deles para poder sentir na pele como era a situação vivida por essas pessoas, experiência que deu origem ao seu livro, Cama de Cimento. Durante esse período, ele notou um grande descaso por parte da sociedade em geral e explicou que o motivo de muitos dos moradores de rua não irem para os albergues, que oferecem programas de moradia, deve-se ao fato de não ser permitido que se leve grandes pertences como carroças e cachorros, bens que a maioria deles não consegue deixar para trás. Outro motivo é o rompimento dessas pessoas com a sociedade e, por consequência disso, não conseguirem se adaptar às regras dos albergues.
O importante ao se analisar essa realidade encontrada no Brasil, é lembrar que essas pessoas fazem parte de nossa sociedade, que todos possuem os mesmos direitos perante às leis e que devemos rever nossos conceitos e incentivar o respeito ao próximo, tratando a todos com dignidade, independente da situação socioeconômica em que esse se encontra.
Fonte: http://www.pucrs.br/blog/projeto-alerta-para-condicao-de-pessoas-em-situacao-de-rua/
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Os moradores de rua e política higienista no Brasil", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Instruções:
1. Sua redação deve ser escrita à mão em uma folha padrão do Me Salva! ou em uma folha de caderno comum
2. O texto definitivo deve ser escrito em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas descontado para efeito de correção.