TEXTO I
Existe privacidade no mundo virtual?
A utilização de informações de usuários de serviços on-line para gerar publicidade é prática comum.
As redes sociais há um bom tempo fazem parte da vida de muitas pessoas. Elas garantiram que a internet e o ambiente virtual se tornassem uma extensão da realidade. Os bilhões de perfis criados nessas redes são duplicações de indivíduos que existem, falam, respiram e possuem opiniões próprias, o que torna os sites de relacionamentos gigantes salas de estar, ou comícios políticos, ou qualquer outro ambiente que se possa imaginar.
Para poder aproveitar o potencial das redes é preciso mostrar para elas quem você é. São várias perguntas sobre sua localização, estudos, empregos, viagens, quem são seus amigos, o que você gosta de ver, comer, ler, ouvir, o que te faz rir, o que te irrita e muitas outras questões. Não se lembra de ter respondido tudo isso? Pois as redes sabem as respostas que você daria. [...]
Privacidade para quê?
“A exposição pública, hoje, pesa mais no indivíduo. Mostrar-se ao grupo faz bem”, afirma Elisabeth Saad, também professora da ECA e pesquisadora de comunicação e jornalismo digital. O conceito de invasão de privacidade mudou com o advento das redes sociais, é preciso que você se mostre. Além disso, ser popular nessas redes tem uma importância muito grande, principalmente para os mais jovens. E uma forma de se conquistar notoriedade virtual é escancarar a vida real on-line.
Muitos usuários das redes sociais nem ao menos sabem que seus dados são utilizados para gerar publicidade. Porém, ter o conhecimento desta prática afastaria as pessoas desses sites? “A preocupação maior é justamente que as pessoas não se importem com a privacidade”, afirma Conrado. Elizabeth segue o mesmo pensamento: “As pessoas geralmente lembram-se da privacidade depois de alguma ocorrência de violação da mesma, quando já é tarde”. Para ser um usuário de redes sociais é preciso abrir mão de pelo menos um nível mínimo de privacidade, não há como escapar. Ou melhor, como afirma a política de privacidade do Facebook, “você pode sempre excluir sua conta”.
Fonte: Revista ESPAÇO ABERTO – USPS. Disponível em: http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=existe-privacidade-no-mundo-virtual-2
TEXTO II
Fonte: Correio Braziliense. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2013/10/31/interna_mundo,396347/charge-do-correio-satiriza-denuncia-de-espionagem-dos-eua-contra-o-papa.shtml
TEXTO III
Escândalo de invasão de privacidade coloca governo dos EUA sob pressão
O debate sobre se o governo dos EUA está violando a privacidade dos cidadãos ao tentar protegê-los do terrorismo atingiu um novo patamar na quinta-feira, com a revelação de que as autoridades colheram dados de milhões de usuários de telefones e exploraram os servidores de nove empresas da internet.
A Casa Branca passou boa parte do dia defendendo a coleta secreta de registros telefônicos por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA), o que o governo descreveu como uma "ferramenta crítica" para a prevenção de atentados. Mas críticos questionaram essas atividades de espionagem, reveladas inicialmente pelo jornal britânico Guardian.
No final do dia, a agitação em torno da coleta de dados de clientes de uma subsidiária da empresa de telefonia Verizon Communications foi ofuscada por uma reportagem do The Washington Post que descrevia um programa ainda mais agressivo de vigilância governamental.
O Post informou que a NSA e o FBI estavam explorando "diretamente" os servidores centrais de importantes empresas americanas da internet, tendo acesso a emails, fotos, áudios, vídeos, documentos, registros de conexão e outras informações que permitem que analistas monitorem movimentos e contatos de uma pessoa ao longo do tempo.
Algumas das empresas citadas no artigo - Google, Apple, Yahoo e Facebook - imediatamente negaram que o governo tenha tido "acesso direto" aos seus servidores centrais. A Microsoft disse que não participou voluntariamente de nenhuma coleta de dados governamentais e que apenas cumpre "ordens de solicitações sobre contas ou identificadores específicos".
James Clapper, diretor de inteligência nacional, disse que a reportagem contém "numerosas imprecisões". Kristine Coratti, porta-voz do Washington Post, afirmou que o jornal mantém as informações publicadas, que se baseiam em um documento do NSA que o jornal publicou na internet. Juntas, as duas notícias sugerem que a vigilância nos EUA é muito mais abrangente do que a opinião pública sabia - embora já houvesse a suposição disseminada de que tais práticas se tornaram mais difundidas depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Adaptado de: https://noticias.terra.com.br/mundo/estados-unidos/escandalo-de-invasao-de-privacidade-coloca-governo-dos-eua-sob-pressao,2358198de4e1f310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "A importância da privacidade na internet na sociedade brasileira", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Instruções:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.