TEXTO I
O termo fake news é usado para se referir a notícias falsas ou imprecisas que são publicadas, majoritariamente, na Internet. Essa expressão, que significa literalmente "notícias falsas", em português, já existe há bastante tempo. Entretanto, ganhou popularidade após ser usada repetidamente pelo então candidato Donald Trump, durante as últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 2016, e foi, inclusive, considerada a palavra do ano em 2017 pelo dicionário Collins.
No Brasil, não é difícil receber fake news no Feed de Notícias do Facebook ou em mensagens de grupos no WhatsApp, onde são usadas, até mesmo, para espalhar vírus e aplicar golpes em usuários do aplicativo. As notícias falsas, no entanto, vão além de brincadeiras inocentes na Internet e têm feito vítimas reais.
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A situação é tão preocupante que as próprias redes sociais têm tomado providências para barrar as fake news. Somente em 2017, o Facebook realizou diversas ações, como alterar o algoritmo para que publicações suspeitas sejam automaticamente enviadas para checagem e impedir que certas páginas alterem a miniatura de links publicados. Além disso, o site criou um botão de contexto junto às postagens para ajudar o usuário a conhecer a reputação do veículo noticioso e entender melhor os desdobramentos de determinada notícia.
Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2018/01/o-que-sao-fake-news-veja-dicas-para-identificar-boatos-na-internet.ghtml
TEXTO II
Senso crítico é arma para combater ‘fake news’
Marina Dayrell, Matheus Riga e Pedro Ramos
A educação virtual é uma arma importante para detectar informações falsas no noticiário, segundo especialistas. Essa “alfabetização” deve contar com esforços de vários setores da sociedade, para evitar que as chamadas fake news tumultuem o debate público, como ocorreu na corrida eleitoral americana e na votação pela saída do Reino Unido da União Europeia.
“Tem de vir da grande imprensa, do professor, da família, de todos os lados”, diz a diretora da Agência Lupa, Cristina Tardáguila, que realiza checagem de informações do noticiário brasileiro. “Até porque não há nenhum sinal de que a produção de notícias falsas vai diminuir.” Para ela, o entendimento sobre como o noticiário é produzido deve ser uma prioridade no combate às fake news.
A dificuldade de identificar notícias falsas afeta até países com melhores índices de escolaridade. Uma pesquisa da Universidade de Stanford apontou, em julho deste ano, que estudantes americanos tiveram problema para checar a credibilidade das informações divulgadas na internet. Dentre 7.804 alunos dos ensinos fundamental, médio e superior, 40% não conseguiram detectar fake news.
A editora executiva da agência de checagem Aos Fatos, Tai Nalon, destaca a importância da criação de políticas públicas com foco na análise crítica da mídia. “Acho que dificilmente conseguiremos uma mudança cultural sem passar pela educação de massa da sociedade”, afirma.
Para o professor do Departamento de Informática da PUC-Rio, Daniel Schwabe, o público não conhece os meios pelos quais pode ser manipulado na internet. “Em relação às mídias tradicionais, as pessoas já aprenderam a identificar sinais de demagogia”, diz. “Nesse cenário de novos canais, há uma certa vulnerabilidade porque não se sabe mediar a absorção da informação que se recebe.” Segundo ele, é necessário criar uma cultura de questionamento.
Disponível em: http://infograficos.estadao.com.br/focas/politico-em-construcao/materia/senso-critico-e-arma-para-combater-fake-news
TEXTO III
No último domingo (18), a manchete do UOL era: "Marielle não foi casada com Marcinho VP nem eleita pelo Comando Vermelho". Uma não notícia como essa não deveria ser manchete do principal notícia do país.
Foi, no entanto, fundamental veiculá-la com destaque, dada a avalanche de informação falsa que passou a circular em contraposição à enorme comoção nacional e internacional diante do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco.
Mulher negra, bissexual, da favela da Maré, Marielle tinha vencido a improbabilidade de alguém com qualquer dessas características ocupar espaços no poder.
No entanto, a improbabilidade que Marielle desafiou em vida lhe foi simbolicamente restaurada após sua morte no último dia 14. Transformou-se a mulher nega da favela, que ocupou legitimamente o poder, num personagem que a estrutura reinante de machismo, racismo e privilégios pudesse suportar: a vereadora era uma aliada do tráfico. Afinal, no Rio de Janeiro, quem mora em favela só pode ser ligado ao tráfico.
As notícias sobre Marielle são mais um exemplo de uma história comum aos moradores de favelas e de todas as periferias brasileiras. É o fenômeno mais grave de "fake news" do Brasil contemporâneo, porque ilustra a relação cruel do Estado com a parte mais vulnerável de sua população.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/03/noticias-falsas-sobre-marielle-mostram-como-o-estado-lida-com-a-favela.shtml
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Causas e consequências das fake news no Brasil do século XXI", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Comentário: Esta proposta requer que você esteja ligado nas notícias que
circulam atualmente. Aqui vão algumas sugestões de fatos que envolvem
as fake news: a repercussão de difamações sobre Marielle Franco (como
mostra o texto II), as eleições nos Estados Unidos, o papel dos Facebook
nesse problema. Seu texto pode começar a partir de uma abordagem do
problema das fake news em um âmbito global, para então observar o seu
cotidiano e refletir sobre como esse
fenômeno tem influenciado a vida da sua comunidade e da população, no
geral. Você também pode apontar soluções para o problema, desde uma
fiscalização mais severa até uma educação voltada para o letramento
digital.
Instruções:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.