TEXTO I
O inferno está chegando: Europa enfrenta onda de calor sem precedentes
Continente pode ter neste ano o seu verão mais quente, com temperaturas acima dos 40º C
O verão europeu não está para amadores. A onda de calor que vem invadindo o continente neste mês deve se intensificar nos próximos dias e, nesse ritmo, a região pode registrar seu verão mais quente.
A expectativa é que os termômetros registrem seus níveis mais altos na até esta sexta-feira (28), quando a faixa que vai da Espanha à Polônia pode chegar a temperaturas até 17° C acima do normal. Isso quer dizer que alguns lugares podem ter dias acima dos 40º C. Em centros urbanos, o asfalto e concreto podem aumentar ainda mais a temperatura e a sensação térmica.
O calor intenso no início do verão é especialmente maléfico, já que a mudança é brusca, e o corpo humano não tem tempo para se adaptar à mudança climática. Quem mais sofre é a população idosa, moradores de rua e pessoas mais suscetíveis a doenças relacionadas a altas temperaturas.
“Ondas de calor são assassinos silenciosos. A de 2003 levou a 70 mil fatalidades na Europa. Estima-se que o verão passado na Alemanha tenha levado a mil mortes a mais que o normal”, escreveu no Twitter Stefan Rahmstorf, chefe do departamento de análises climáticas da universidade alemã Potsdam.
Segundo o meteorologista Gillaume Woznica publicou em seu Twitter, nesta sexta (28) a França deve registrar um novo recorde de temperatura: 45º C, superando os 44º C atingidos há 16 anos. Além da França, outros países que devem ter recordes para junho são Áustria (38,6º C), Alemanha (38,5º C) e Suíça (37,2º C). Isso significa que julho e agosto podem ter dias ainda mais quentes.
Essa onda de calor pode ser explicada em parte por dois pontos de alta pressão, um próximo à Groenlândia e outro ao norte da Europa central. Elas acabam bloqueando um sistema de baixa pressão que viria do sul do continente e resfriaria a região. Assim, uma massa de ar quente, vinda em especial de desertos espanhóis e do Saara, acaba estacionada sobre a Europa.
Tanto o calor quanto o derretimento acima do normal das geleiras do Ártico, ocorrido nas últimas semanas, estão ligados ao chamado “padrão de bloqueio”. Ele ocorre quando grandes zonas de alta pressão em altas latitudes ficam estacionadas e levam a climas extremos. Segundo especialistas, esse é um fenômeno que pode ficar cada vez mais comum com o aquecimento do planeta.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/06/o-inferno-esta-chegando-europa-enfrenta-onda-de-calor-sem-precedentes.html
TEXTO II
Relatório da ONU faz extensa revisão científica para guiar futuro do planeta até 2050
Um relatório com 740 páginas traz um panorama completo da situação do mundo atualmente em três grandes sistemas econômicos e sociais – energia, alimentação e água. Ele serve como um guia para as metas de 2030 e de 2050 e foi montado após análise extensa das pesquisas científicas mais relevantes sobre esses setores.
Mudanças do clima
As mudanças climáticas são prioridade. Elas afetam todos os sistemas da Terra ligados à vida: ar, diversidade biológica, água potável, oceanos, solos.
"As emissões contínuas e históricas dos gases do efeito estufa comprometeram o mundo durante um período prolongado de mudanças climáticas, que estão levando ao aquecimento global do ar e do oceano, elevação do nível do mar, derretimento de geleiras, do permafrost (camada de solo permanentemente congelada) e do gelo marinho do Ártico, mudanças nos ciclos de carbono, bioquímicos e globais da água, crises de segurança alimentar, escassez de água doce", traz o artigo.
Por isso, relatório reforça que o mundo está em vias de ultrapassar o limite de temperatura estabelecido no Acordo de Paris, feito em 2015. A ONU já havia divulgado um outro estudo em 2017 com a previsão de que as metas estabelecidas naquele ano representam um terço do que é necessário para combater o aquecimento global.
Os riscos da degradação do meio ambiente e das mudanças do clima deverão afetar mais profundamente as pessoas em situação de vulnerabilidade, particularmente mulheres e crianças em países em desenvolvimento. Boa parte das mudanças serão irreversíveis.
Poluição e espécies ameaçadas
A poluição do ar é o principal contribuinte para o aumento das doenças no mundo, liderando entre 6 milhões e 7 milhões de mortes prematuras e uma perda financeira estimada em US$ 5 trilhões todos os anos. No mundo todo, a diminuição da emissão de poluentes em determinados locais é compensada por um aumento em outras regiões.
Desde 1880, a superfície da Terra apresentou um aumento na temperatura entre 0,8ºC e 1,2ºC. Oito dos anos mais quentes da história foram registrados na última década. Se a emissão de gases continuar, as temperaturas continuarão a crescer.
Outro ponto que influenciará a saúde está relacionado às interferências negativas na biodiversidade do planeta. Segundo o relatório, a estimativa é que 60% das doenças já estejam relacionadas a isso.
A população das espécies está decaindo:
42% dos invertebrados terrestres estão em risco de extinção;
34% dos invertebrados aquáticos;
25% dos invertebrados marinhos.
Entre 1970 e 2014, a população de espécies vertebradas diminuiu cerca de 60%. Dez em cada 14 habitats terrestres passaram por um declínio na produção de sua vegetação e quase metade dos ecossistemas têm um status desfavorável. Isso afeta diretamente a vida das pessoas, segundo o estudo, já que 70% das pessoas em situação de pobreza dependem de recursos naturais.
Oceanos
A pesca e a aquicultura geram US$ 252 bilhões (R$ 960 milhões) por ano. A pesca em pequena escala garante a subsistência de até 120 milhões de pessoas. Os peixes fornecem a mais de 3 bilhões mais de 20% de suas proteínas e nutrientes importantes para a saúde.
Mesmo assim, a poluição dos oceanos ainda não foi controlada.
Estimativas apontam que são 8 milhões de toneladas de plástico despejadas anualmente devido à má gestão dos resíduos.
Há um aumento da presença de microplásticos com potencial de causar efeitos adversos na saúde de todos os organismos marinhos e humanos.
O relatório apresenta, ainda, dados importantes relacionados à produção de alimentos, ao uso e direito da terra, água potável e o crescimento populacional, entre outros. Leia o documento simplificado.
Disponível em: http://www.ccst.inpe.br/relatorio-da-onu-faz-extensa-revisao-cientifica-para-guiar-futuro-do-planeta-ate-2050/
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O aumento de problemas ambientais pelo descaso humano com a natureza, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.