TEXTO I
CONSCIÊNCIA HISTÓRICA CRÍTICA
A consciência histórica crítica estabelece uma relação de ruptura para com os elementos do passado.
No processo de compreensão e relação com as experiências do passado, não podemos nos equivocar com a ideia de que o passado sempre há de ser uma referência válida para orientação das ações no presente. Em diversas situações, temos leituras sobre o passado em que o vivido é interpretado como um conjunto de situações que precisa ser abandonado e a favor da constituição de um novo conjunto de ações apartados com aquilo que aconteceu. Contudo, quando e como podemos perceber esse tipo de consciência histórica?
Um exemplo bastante claro para a existência da consciência histórica crítica é a experiência do holocausto nazista, ocorrido entre as décadas de 1930 e 1940, na Alemanha. Passados os conflitos, os integrantes do Estado Nazista foram punidos e, ainda hoje, os antigos campos de concentração são patrimônios históricos visitados que são utilizados como forma de rememorar os terrores de um passado a ser repudiado. Até pela força da lei, a apologia ao ideário nazista é alvo de punição.
A consciência histórica de natureza crítica também pode ser vista em experiências não ligadas a tragédias. Os processos revolucionários também são outro campo em que a ruptura junto ao passado ocorre. Na Revolução Francesa, por exemplo, a decapitação da autoridade monárquica representava especificamente uma tentativa de ruptura junto à tradição do absolutismo que imperou ao longo de toda a Idade Moderna e a constituição de outro tipo de governo para a França.
Mesmo rompendo com o passado, a consciência histórica crítica às vezes não consegue empreender uma ruptura profunda com o que passou, expondo assim as limitações que a constituição de uma nova realidade para o futuro pudesse vir a ter. Um caso desse tipo de limite pode ser constatado na história econômica da União Soviética, que acabou reproduzindo modelos do sistema capitalista, ou das revoluções de esquerda que, em casos diversos, tomaram atitudes de natureza autoritária semelhantes aos dos regimes que destituiu.
Feitas essas considerações, podemos ver que a consciência histórica crítica é um elemento de leitura do passado de grande importância para o ensino de história ou para a cultura escolar como um todo. Sendo a escola um espaço de letramento e reflexão, temos que abrir constante espaço para que determinadas ações do passado que legitimaram a injustiça, o preconceito, a desigualdade ou a barbárie em nossa sociedade. Sendo assim, a ruptura da consciência crítica se põe como elemento vital à formação plena do indivíduo.
Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/consciencia-historica-critica.htm
TEXTO II
TEXTO III
Olhar o passado para entender o presente
Perceber que o ontem influencia o hoje parece lógico. Mas o dinamismo da história mostra que o passado pode ser interpretado de várias maneiras no presente
A História, na forma que nos é contada, mostra como foi o ontem e é uma ferramenta para que a sociedade consiga ter um melhor entendimento de si própria no hoje. Mas, muitas vezes, o processo ou os caminhos para chegarmos a esse tipo de conhecimento passam despercebidos. O modo como o passado é interpretado se configura como o campo de atuação da historiografia, ciência que, basicamente, estuda as maneiras que a História é produzida.
É curioso notar que a História não é um filme que passou. É uma película que pode constantemente ser editada e reinterpretada. O ontem e o hoje se relacionam intrinsecamente em uma estrada de mão dupla chamada tempo.
Historiador e professor Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Américo Souza, aponta que a compreensão de que o passado influencia a construção do presente é, em regra, até algo simples de compreender.
“Como o presente influi sobre o passado é que, por vezes, é mais difícil de perceber. Os episódios ocorridos no passado não mudam. 21 de abril de 1500 marca a chegada de Cabral à América. Isso é imutável. O que muda de acordo com o ‘presente’ é a percepção disso, que para uns foi uma descoberta, para outros uma invasão”, exemplifica Américo.
Disponível em: https://www20.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2016/11/05/noticiasjornalcienciaesaude,3667693/olhar-o-passado-para-entender-o-presente.shtml
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "A importância da história para o desenvolvimento da sociedade", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Comentário do professor(a): procure problematizar a falta de importância dada às disciplinas de história. Isso pode ser pensado no que diz respeito à carga horária, ao interesse dos alunos, ao foco dado a essa disciplina, entre outros aspectos. A partir disso, pense nas consequências nocivas da falta de conhecimento histórico: o esquecimento de eventos horríveis (guerras, ditaduras, escravidão, holocausto) pode gerar um futuro bastante sombrio para a sociedade contemporânea. É necessário que a humanidade lembre-se de seus erros do passado para que possa aprender a evitá-los no futuro.