TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Manifestações preconceituosas persistem, viram agressão física e preocupam
Na Avenida Paulista, ato no último domingo (21) rechaçou as agressões ligadas à homofobia (Foto: Edson Silva. Folhapress)
São Paulo – Agressões físicas a homossexuais, insultos verbais a nordestinos, ameaças a um senador negro: se, durante a campanha eleitoral, o Brasil deixou aflorar seu lado mais arcaico, novembro chega ao fim com a constatação de que as demonstrações mais retrógradas da sociedade não estão dispostas a deixar o mapa. Pior que isso, têm crescido.
Os sinais de intolerância estão demonstrados nas falas e nas atitudes de alguns segmentos. Se não é verdadeiro dizer que esses preconceitos foram criados nas últimas semanas, é justo afirmar que aquilo que parecia estar morto ou confinado veio à tona por meio da internet, primeiro, e logo se transferiu ao ‘mundo real’. O mês de novembro começou com um movimento de ódio regional aos nordestinos por meio da rede social Twitter.
“A internet deve ser um meio de comunicação, e não um meio de incentivo à discriminação de alguma natureza. É preciso ter alguma legislação neste sentido”, cobra Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT). No caso dos homossexuais, as mensagens preconceituosas da virtualidade logo se transformaram em agressões físicas. No Rio de Janeiro, um jovem foi baleado na barriga por policiais militares após a Parada Gay de domingo (18). Poucos dias antes, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, quatro jovens foram agredidos pela mesma motivação: homofobia.
No momento em que deveria trabalhar pelo debate aprofundado e sério dessas questões, o Congresso dá sinais contraditórios. Se, por um lado, há parlamentares que manifestam repúdio às agressões, por outro há os que vejam na homossexualidade um problema social. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido defensor de pautas conservadoras, expôs em entrevista à TV Câmara na última semana sua tese sobre a necessidade de dar umas palmadas nas crianças: “O filho começa a ficar assim meio gayzinho, aí leva um coro, ele muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem.”
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Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), entende que há setores da sociedade incomodados com a ampliação, nos últimos anos, da participação democrática. “Isso tem gerado diferentes respostas, e essa da agressão é uma que a gente tem de bater forte porque não faz sentido ter uma postura dessas dentro de uma sociedade democrática.”
Há uma linha bastante tênue entre a pauta conservadora e a atitude preconceituosa, que se rompeu em vários casos. De maneira geral, o apelo às liberdades individuais aparece como uma pauta desses grupos, mas há quem confunda liberdade com a possibilidade de romper os limites da lei. O caso mais claro na recente onda de preconceitos foi visto logo após a vitória de Dilma Rousseff (PT), em que explodiram nas redes sociais as mensagens agressivas a nordestinos. A errônea leitura de que Dilma se elegeu graças ao Bolsa Família, difundida por parte da oposição e da imprensa, incentivou a que viesse à tona um dos mais claros preconceitos da sociedade brasileira do século XX – e que não parecia ter espaço no século XXI.
Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2010/11/manifestacoes-preconceituosas-persistem-viram-agressao-fisica-e-preocupam/
TEXTO II
Em Brasília, manifestantes vestidos com camisas nas cores verde e amarela gritam a favor da medida mais repressiva da ditadura militar, o AI-5
TEXTO III
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Comentário do professor(a): a liberdade de expressão é sempre um tema deliciado, pois, embora seja um conceito fundamental nas democracias modernas, algumas vezes parece muito difícil definir qual a fronteira entre ela e um discurso de ódio, por exemplo. Muitas pessoas entendem que liberdade de expressão deve ser a total e completa liberdade de se dizer o que bem se entende, tanto na esfera pessoal quanto na esfera pública. No entanto, o principal eixo de desenvolvimento desse tema deve ser a problemática que envolve a formação de discursos que menosprezam ou inferiorizam determinados grupos apenas a partir de estereótipos (ou pseudociências) sobre a máscara da liberdade de expressão. O que você acha? A liberdade de expressão pressupõe todo e qualquer discurso, seja ele retrógrado, preconceituoso, ou, até mesmo, de ódio?