Texto I
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo… Também a gramática não é a língua.
A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua — afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas um quinto do seu volume total. Mas é essa aplicação autoritária, intolerante e repressiva que impera na ideologia geradora do preconceito linguístico.
Fonte: BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 2002
Texto II
Fonte: http://tudosobrevariacao.blogspot.pt/2015/08/o-preconceito-linguistico-o-mais-sutil.html
A partir da leitura dos textos de apoio, elabore uma Carta Argumentativa destinada ao Ministro da Cultura a fim de solicitar a ele medidas para combater o preconceito linguístico no Brasil. A sua carta argumentativa, além de ser destinada ao Ministro, deve explicar esse preconceito que acontece comumente em nosso país e que precisa ser combatido. Argumente sobre os principais problemas que esse tipo de preconceito causa em nossa sociedade e defenda o seu ponto de vista.